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Elogio da dialética

  • Foto do escritor: Eduardo Waschburger
    Eduardo Waschburger
  • 24 de mai. de 2022
  • 1 min de leitura

A injustiça vai por aí com passe firme. Os tiranos se organizam para dez mil anos. O poder assevera: Assim como é deve continuar a ser. Nenhuma voz senão a voz dos dominantes. E nos mercados a espoliação fala alto: agora é minha vez. Já entre os súditos muitos dizem: O que queremos, nunca alcançaremos,

Quem ainda está vivo, nunca diga: nunca! O mais firme não é firme. Assim como é não ficará. Depois que os dominantes tiverem falado Falarão os dominados. Quem ousa dizer: nunca? A quem se deve a duração da tirania? A nós. A quem sua derrubada? Também a nós. Quem será esmagado, que se levante! Quem está perdido, que lute! Quem se apercebeu de sua situação, como poderá ser detido? Os vencidos de hoje serão os vencedores de amanhã. De nunca sairá: ainda hoje. – Bertolt Brecht, em “O duplo compromisso de Bertolt Brecht” [tradução Haroldo de Campos]. in: CAMPOS, Haroldo de.. O arco-íris branco. Rio de Janeiro: Imago, 1997.

 
 
 

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